segunda-feira, 12 de julho de 2010

De cabeça erguida

   pauta para: Once Upon a Time

    Era uma manhã de segunda-feira como todas as outras. Abri os olhos ainda sonolenta e respirei fundo antes de levantar. Havia um cheiro estranho no ar, porém eu já estava acostumada com ele. Cheiro de poluição. Calcei meus chinelos e caminhei até o guarda-roupa.
     Ao tirar meu pijama para vestir meu uniforme, o frio fez com que minha pele nua se arrepiasse. Rapidamente me vesti e coloquei uma jaqueta preta por cima. Arrumei rapidamente meus cabelos e desci correndo as escadas.
    Eu realmente não estava com muita fome, então me despedi de todos e sai de casa para mais um dia de aula. Eu não havia feito amigos nessa nova cidade, então o caminho se tornava solitário e quieto, a não ser pelo barulho dos carros e motos.
    Foi ai que percebi que eu sentia falta da minha antiga vida. Sentia falta das folhas caindo e dos narcisos da primavera. Sentia falta das poças de lama que se formavam na frente de casa, quando chovia. O lugar onde eu estava morando agora, não havia nada disso. Tudo era cinza e muito monótono. A minha rotina era sempre a mesma: acordar, ir pra escola e passar o resto do dia lendo ou vendo TV.
   Mas eu não tinha muita escolha. Eu que havia pedido para mudar de cidade, porque achava minha antiga vida muito sem graça, e só agora eu percebi o quanto eu estava errada. Sem perceber uma lágrima brotou do meu olho direito e escorreu lentamente pelo meu rosto até cair na minha blusa.
   Continuei meu caminho de cabeça baixa, até que algo chamou minha atenção. No cantinho da calçada, havia uma pequena rosa brotando. Uma cor forte no meio do cinza. Tentei imaginar como ela ainda não havia sido pisoteada.
    Eu sabia que era tarde demais para voltar atrás. Respirei fundo, ergui minha cabeça e limpei a lágrima que havia caído. Eu precisava seguir em frente, afinal, a vida é como uma estrada. Cheia de pedras e curvas, mas isso não pode te impedir de ser feliz e olhar pra frente.

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